o que é isso?

Livros que não saem das bibliotecas e livrarias são sempre tristes. Quem não gosta de viajar? Lugar de livro é também na escola, na rua, na praça, no ponto de ônibus, no bar, no lar, na sala de espera do consultório, debaixo do braço, em outros lugares. O objetivo desta publicação gratuita é circular pela cidade, passar de mão em mão: PASSEAR. Inventamos, então, uma intervenção poética!
Inspirado na editora portenha Eloísa Cartonera , o projeto Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, promovido pelo curso de Letras da UNESPAR (campus de União da Vitória), criou a coleção "Therezinha Cartonera", nome que presta uma homenagem a Therezinha Thiel Moreira, uma das poetizas de nossas cidades.
O projeto Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, criado em 2010, além de mapear, investigar e divulgar a produção literária local, oferece oficinas poéticas para escolas públicas da região, tendo em vista o incentivo à leitura e a produção literária em sala de aula. O projeto faz parte do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), promovido pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
As capas dos livros, sempre diferentes umas das outras, foram confeccionadas pelos acadêmicos bolsistas e por alunos das escolas públicas parceiras do projeto, durante as oficinas de poesia


sábado, 26 de dezembro de 2015

Therezinha Cartonera, terceira fornada, "Em cantos"

No dia 05 de dezembro de 2015, na praça Alvir Riesemberg, o projeto Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, que integra o PIBID da Unespar (campus de União da Vitória), lançou a sua terceira cartonera. Trata-se de "Em cantos", uma antologia de poemas infanto-juvenis de Sandra Konell, que tem como tema lugares das cidades de Porto União e União da Vitória, daí o seu nome "Em cantos". O livro foi distribuído gratuitamente na intervenção poética e a autora esteve no local para autografar a publicação. Foi uma tarde de muitos "encantos". O projeto é fomentado pelo curso de Letras da Unespar e tem como objetivo além de estreitar os laços entre a comunidade acadêmica e escolas públicas, revalorizando o magistério, contribuir para a formação de docentes de Língua Portuguesa na área de Literatura e resgatar a literatura regional do Vale do Iguaçu, incentivando a leitura.  Segue abaixo o prefácio do livro e fotos do evento.


Prefácio diferente

Prefácios geralmente são sérios e explicativos. Segundo o dicionário, caracterizam-se como textos breves e preliminares de apresentação, escritos pelo autor ou por outrem, e inseridos no começo do livro, contendo explicações sobre o seu conteúdo, objetivos ou sobre a pessoa do autor. No entanto, se refletirmos um pouco, concluiremos que por mais caprichado que seja um prefácio, ele nunca conseguirá definir muito bem o mistério da escrita e a magia contida nas palavras de um autor, principalmente quando esse autor é mestre em literatura. As crianças, sábias em poesia, sabem (melhor do que os adultos) pular essa parte como quem desembrulha a bala para saborear o doce. Por isso talvez a melhor forma de apresentar a pessoa/poeta de Sandra Konell - que neste livro nos presenteia com poemas infanto-juvenis sobre lugares de nossas cidades -, seja informar o leitor de que ela é um ser encantador, que mora em uma casa repleta de flores no pé de uma montanha e que os passarinhos a visitam com frequência porque sabem que ali é um lugar onde se pode beber poesia. Seria importante também registrar que ela coleciona pratos, que pinta arte em pedras e porongos, atividades inusitadas que fazem dela um ser especial, por isso merecedor de nossa atenção. Quem a visitar em um dia de sol favor não esquecer de dar uma passada em sua biblioteca - sem dúvida o aposento mais rico da casa -, mas não sem antes cumprimentar as princesas, gnomos, magos e cavaleiros que lá se escondem por entre estantes e livros, aguardando ávidos por leitura. Aliás, em sua residência, que mais parece uma casa de bonecas gigante, tudo é literário, e até o seu jardineiro parece ter saído de um conto de fadas. Cumpre também informar ao leitor de que, há pouco, descobrimos que Sandra, além de professora e poeta, é uma bruxa. Não daquelas que se fantasiam de madrasta para fazer maldades, mas daquelas que descobriram os mistérios da transmutação alquímica, sabendo manusear poções mágicas em meio a caldeirões flamejantes e tubos de ensaio, transformando ferro em ouro, ou seja, palavras em poesia. Eis a sua magia. E é lá, no seu escritório, que Sandra pratica essas e outras bondades. E nos livros-gaiolas, descobriu um jeito de capturar o voo dos pássaros, ao invés de guardar pássaros sem voo. Tudo para que o voo dos pardais possa ser conhecido e apreciado pelas gerações do futuro quando esses enviados de Deus, que carregam o jardim florido em seu canto, voarem todos para um país desconhecido.  Era só isso que eu estava querendo dizer ao longo deste prefácio... As crianças entenderão.