o que é isso?

Livros que não saem das bibliotecas e livrarias são sempre tristes. Quem não gosta de viajar? Lugar de livro é também na escola, na rua, na praça, no ponto de ônibus, no bar, no lar, na sala de espera do consultório, debaixo do braço, em outros lugares. O objetivo desta publicação gratuita é circular pela cidade, passar de mão em mão: PASSEAR. Inventamos, então, uma intervenção poética!
Inspirado na editora portenha Eloísa Cartonera , o projeto Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, promovido pelo curso de Letras da UNESPAR (campus de União da Vitória), criou a coleção "Therezinha Cartonera", nome que presta uma homenagem a Therezinha Thiel Moreira, uma das poetizas de nossas cidades.
O projeto Memórias Poéticas do Vale do Iguaçu, criado em 2010, além de mapear, investigar e divulgar a produção literária local, oferece oficinas poéticas para escolas públicas da região, tendo em vista o incentivo à leitura e a produção literária em sala de aula. O projeto faz parte do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), promovido pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
As capas dos livros, sempre diferentes umas das outras, foram confeccionadas pelos acadêmicos bolsistas e por alunos das escolas públicas parceiras do projeto, durante as oficinas de poesia


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Em Contos

Quase saindo do forno... mais uma artesanal cartonera (cada capa diferente e uma mais linda que a outra), do projeto Memórias Poéticas! Os 1000 exemplares, numerados, serão distribuídos gratuitamente nas Gêmeas do Iguaçu (União da Vitória e Porto União). Confiram aqui fragmentos dos 5 contos que integram esta edição:

"No final da rua havia uma casa abandonada, pelo menos achava que era. As janelas nunca eram abertas, com exceção de uma que estava sempre aberta, desde que eu me lembre. Foi por ela que entrei" (O Começo, de Fernanda Matozzo)

"Ela olhava para um ponto qualquer no meio de alguma coisa que não importava, com olhar perdido, enquanto a luz deixava seus olhos castanhos como a lama. Ela finalmente estava ligando as peças e vendo a grande figura que era a proposta dele, vendo a grande figura feia e triste e suja e decepcionante que é a vida e o mundo e o modo como as coisas funcionam". (Conto de Kiara Domit)

"Aconteceu assim, em prestações. Ele sempre levou uma vida normal, vida simples. Dava aulas na escola pública de um bairro distante no sul da ilha de Santa Catarina, coisa normal para início de carreira. Ficava feliz com o deslumbramento ingênuo dos alunos com as coisas que lhes contava, dos outros mundos que conhecia apenas de livros, dos poemas que sabia de cor". (A fuga dos sapatos, de Luisandro Mendes de Souza)

"Acontece quando a volta é longa demais, quando a casa é longe, o ar é denso. A casa que não se faz mais casa quando o retorno se torna presente". (Selvas, de Martina Sohn Fischer)

"Foi fruto de muito amor. Era uma criaturinha linda. Teria os olhos da mãe e todos os problemas psicológicos do pai. Ambas as heranças se manifestaram cedo. Seus olhos azuis eram de uma beleza impressionante, mas eram pouco vistos. Desde muito pequena preferia manter-se longe de tudo e todos". (Sentidos, de Marcel Talamini).